quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Sê para ti mesmo
[...]
Os amigos que tiveres, testada a sua eleição,
Cinge-os à alma com aduelas de aço,
Mas não gastes a palma da mão, acolhendo
O galante imberbe saído do choco. Cuida
Antes de entrares numa briga, mas, entrado,
Faz com que o teu opositor se cuide de ti.
Empresta o ouvido a todos, mas a poucos dá a voz;
Aceita o aviso de cada um, mas guarda para ti julgar.
[...]
Sobretudo retém isto: sê para ti mesmo verdadeiro,
E daí se seguirá, tal da noite corre o dia,
Que a nenhum homem saberás ser falso.
(Hamlet) - Shakespeare.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Lá no meu altar...
Pai nosso, versão em aramaico:
Ó Fonte da Manifestação! Pai-Mãe do Cosmo
Focaliza Tua Luz dentro de nós, tornando-a útil.
Estabelece Teu Reino de unidade agora.
Que Teu desejo uno atue com os nossos,
assim como em toda a Luz e em todas as formas.
Dá-nos o que precisamos cada dia, em pão e percepção;
Desfaz os laços dos erros que nos prendem,
Assim como nós soltamos as amarras que mantemos da culpa, dos outros.
Não deixe que coisas superficiais nos iludam,
Liberta-nos de tudo o que nos aprisiona.
De Ti nasce a vontade que tudo governa,
O poder e a força viva da ação,
A melodia que tudo embeleza,
E idade que tudo renova.
Amém.
Ó Fonte da Manifestação! Pai-Mãe do Cosmo
Focaliza Tua Luz dentro de nós, tornando-a útil.
Estabelece Teu Reino de unidade agora.
Que Teu desejo uno atue com os nossos,
assim como em toda a Luz e em todas as formas.
Dá-nos o que precisamos cada dia, em pão e percepção;
Desfaz os laços dos erros que nos prendem,
Assim como nós soltamos as amarras que mantemos da culpa, dos outros.
Não deixe que coisas superficiais nos iludam,
Liberta-nos de tudo o que nos aprisiona.
De Ti nasce a vontade que tudo governa,
O poder e a força viva da ação,
A melodia que tudo embeleza,
E idade que tudo renova.
Amém.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Keos
"Havia em Keo uma inocência quase comovente de se ver. Na verdade, a família inteira parecia a coisa mais pura que eu já encontrara. Apesar da televisão, da geladeira e do ventilador, continuavam intocados pela modernidade, ou pelo menos intocados pela malícia sofisticada da modernidade. Eis aqui apenas alguns elementos que faltaram na conversa com Keo e sua família: ironia, cinismo, sarcasmo e presunção."
- Eliabeth Gilbert, Comprometida.
Gosto muito desse trecho porque ele me leva à uma saudade que tenho: tenho saudade da falta dessa malícia sofisticada até em mim mesma, e me lembro de já ter me divertido muito -e mais- sem ela. Lembro-me de ter tido uma grande amiga, talvez a única verdadeira na minha história. Nossa amizade era muito respeitosa, naturalmente respeitosa. Ríamos muito, mas sempre uma com a outra. Não tínhamos malícia, raramente tirávamos sarro para rir uma da outra, porque sabíamos o quanto aquilo podia ser desagradável. Esse é um costume tão raro. Rir com, e não rir de. E rir com a pessoa, mesmo que seja sobre a própria pessoa, é tão mais satisfatório.
Sao as relações nítidas e respeitosas, sem a "malícia sofisticada da modernidade", que verdadeiramente constroem pontes entre pessoas. O sarcasmo e a ironia são frutos de uma presunção que é triste, porque só pode ser sozinha. É um abuso do outro para um agrado seu, e talvez só aumente nossa prepotência em acreditarmos que só podemos estar no ápice em todo quesito da vida, que sair por cima é o objetivo.
Nao...
Objetivo mesmo é aprender a aceitar ficar por baixo, digerindo fracasso e frustração.
Objetivo mesmo é ter ao seu lado pessoas que lhe devolvam, de alguma forma, a relação humana que é verdadeiramente valiosa.
* Atenção: não estou aqui dizendo que não podemos ser brincalhões ou irônicos mas sim que estas não deveriam ser características tao implantadas na nossa forma de relacionarmos com os outros. ;) sim?
Quero ver mais Keos e menos caos por aí. :)
- Eliabeth Gilbert, Comprometida.
Gosto muito desse trecho porque ele me leva à uma saudade que tenho: tenho saudade da falta dessa malícia sofisticada até em mim mesma, e me lembro de já ter me divertido muito -e mais- sem ela. Lembro-me de ter tido uma grande amiga, talvez a única verdadeira na minha história. Nossa amizade era muito respeitosa, naturalmente respeitosa. Ríamos muito, mas sempre uma com a outra. Não tínhamos malícia, raramente tirávamos sarro para rir uma da outra, porque sabíamos o quanto aquilo podia ser desagradável. Esse é um costume tão raro. Rir com, e não rir de. E rir com a pessoa, mesmo que seja sobre a própria pessoa, é tão mais satisfatório.
Sao as relações nítidas e respeitosas, sem a "malícia sofisticada da modernidade", que verdadeiramente constroem pontes entre pessoas. O sarcasmo e a ironia são frutos de uma presunção que é triste, porque só pode ser sozinha. É um abuso do outro para um agrado seu, e talvez só aumente nossa prepotência em acreditarmos que só podemos estar no ápice em todo quesito da vida, que sair por cima é o objetivo.
Nao...
Objetivo mesmo é aprender a aceitar ficar por baixo, digerindo fracasso e frustração.
Objetivo mesmo é ter ao seu lado pessoas que lhe devolvam, de alguma forma, a relação humana que é verdadeiramente valiosa.
* Atenção: não estou aqui dizendo que não podemos ser brincalhões ou irônicos mas sim que estas não deveriam ser características tao implantadas na nossa forma de relacionarmos com os outros. ;) sim?
Quero ver mais Keos e menos caos por aí. :)
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Queria ser...
"Queria ser um branco de cor preta mexicano nascido na europa educado no japão criado na áfrica que vai morrer em alto mar e ser enterrado por gaivotas... Queria ser o mundo.
Queria ser um deus grego para os índios, queria ser a Capitu dos burgueses, a dançarina de vocês, o poeta que não bebe, a mãe de todos os lares, o ser de todos os seres, o vício de todos os vícios e um cara menos egoísta, para nada disso ser".
- O autor desse poema que eu adoro é Marochi, um moleque ponta-grossense, meio nonsense, guitarrista da banda Streides e escritor de verdades nas horas vagas.
Grata, Marochi. :)
- Aproveito para dizer que se você que está aí lendo tem algum excerto ou poema próprio do qual gosta muito, manda pra mim! Quem sabe não vem parar aqui? :)
Quem não tem blog também pode comentar, então, sintam-se livres - apenas enviem com o nome junto.
Beijos, e até!
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Pensando bem - O mundo de plástico
Quem nunca foi numa festa infantil não pode entender como é sentir que se está presenciando uma grande explosão de cores, informações e bajulamentos. Não estou aqui pra xingar festa (só espetáculo), até apoio (ainda mais se tiver brigadeiro caseiro), acho que comemorar faz bem. Só acho que a gente deveria começar a pensar melhor em como fazemos.
Quer dizer, no mundo caoticamente atarefado em que estamos vivendo, praticidade virou uma palavra santa. E eu também sou super a favor de praticidade. O problema é confundir praticidade com preguiça - uma conserva, a outra desperdiça.
Primeiro preciso manifestar minha indignação para o show que tenho visto ser algumas festas infantis. Gente, peloamordedeus, papais e mamães: vocês estão sendo contraditórios demais! Eu sei que não sou mãe, mas não preciso ser mãe para ter (e usar) meu sagrado senso lógico. E meu senso lógico me diz que, poxa, uma criança não precisa de muito pra se divertir. Precisa, na verdade, é de pouco. Criança precisa usar a criatividade e não ganhar 100 brinquedos novos, prontos,caros.
Então, eu fico chateada com o que vejo acontecer.
Pais dizem para os seus filhos: "fiquem gratos por aquilo que têm!" e "não joguem lixo no chão", querendo ensiná-los a não consumir em demasia e a respeitar o meio ambiente, mas a beleza dessa didática fica mesmo só na palavra (o que, por sinal, é bem feio, não acham? Ou vocês gostam que alguém cobre de vocês algo que não é feito por aquele que cobrou?). Sim, porque na hora dapressa festa, gasta-se muito mais do que deveria/poderia ser gasto pra satisfazer uma criança, isso sem falar no baita desperdício porque, em nome da preguiça "praticidade", usa-se apenas objetos plásticos descartáveis que, além de serem horríveis são caros e podem ser substituídos (economicamente falando) por uma pessoa para lavar os copos/pratos/talheres não-descartáveis depois de usados. Pronto, falei.
Pra ser ainda mais sincera, caros pais, acho que alguns de vocês montam esse espetáculo de horrores mais para vocês mesmos, seus egos e seus "amigos" adultos, na intenção de demonstrar a quantia monetária contida no banco do casal feliz. Isso é meio pobre, né não?... Em todos os sentidos da palavra.
Então, tá. Argumentos dados, agora é a hora da mudança, pra você que quer mudar e consequentemente ter um filho que: entenda que não precisa de muito pra ser feliz, entenda que respeitar o ambiente é mais pratico, ético e produtivo que ser preguiçoso (pra não dizer folgado).
Amig@s pais, primeiro lugar: chega de objetos descartáveis.
Chega de tudo que vier com a palavra descartável no começo, meio ou fim de uma frase.
A começar pelos copos e pratos da festa, que podem ser de plástico, mas daquele plástico durinho, durável, que depois de ser usado vai ser lavado e reutilizado mil vezes, como os da foto. Eles não quebram fácil e também são mais confortáveis que os descartáveis, justamente pela consistência. E cabe mais bebida dentro. :)
O mesmo serve para pratinhos e outros objetos. Vocês podem dar uma alegrada no look da festa variando as cores, tamanhos e jeitos dos utensílios. O importante é que sejam consistentes e bem feitos.
Não precisam se conter ao gastar dinheiro com isso, porque provavelmente, se fizerem a escolha certa, irão gastar uma só vez.
E pra ajudar a ter menos bagunça e menos lavatório dessas coisas, especialmente de copos, eu sugiro que vocês comprem uma fita crepe (ou umas, porque também tem de várias cores, tamanhos, modelos) e escrevam com caneta (que eu não sei o nome certo da bendita) o nome dos convidados, podendo, por exemplo, escrever de vermelho o nome das meninas e de azul o de meninos, pra facilitar. Pode também diferenciar cores de crianças e de adultos. Claro, ainda assim pode haver confusão. Mas com certeza menos! E menos é mais! :)
Acho ainda que se vocês notarem que seus "amigos" consideraram sua ideia muito barata (literalmente), aconselho vocês a pensarem que tipo de amigos são esses e se vale a pena serem chamados para a próxima festa. ;)
Um abraço de mudança,
Flavia.
Quer dizer, no mundo caoticamente atarefado em que estamos vivendo, praticidade virou uma palavra santa. E eu também sou super a favor de praticidade. O problema é confundir praticidade com preguiça - uma conserva, a outra desperdiça.
Primeiro preciso manifestar minha indignação para o show que tenho visto ser algumas festas infantis. Gente, peloamordedeus, papais e mamães: vocês estão sendo contraditórios demais! Eu sei que não sou mãe, mas não preciso ser mãe para ter (e usar) meu sagrado senso lógico. E meu senso lógico me diz que, poxa, uma criança não precisa de muito pra se divertir. Precisa, na verdade, é de pouco. Criança precisa usar a criatividade e não ganhar 100 brinquedos novos, prontos,
Então, eu fico chateada com o que vejo acontecer.
Pais dizem para os seus filhos: "fiquem gratos por aquilo que têm!" e "não joguem lixo no chão", querendo ensiná-los a não consumir em demasia e a respeitar o meio ambiente, mas a beleza dessa didática fica mesmo só na palavra (o que, por sinal, é bem feio, não acham? Ou vocês gostam que alguém cobre de vocês algo que não é feito por aquele que cobrou?). Sim, porque na hora da
Pra ser ainda mais sincera, caros pais, acho que alguns de vocês montam esse espetáculo de horrores mais para vocês mesmos, seus egos e seus "amigos" adultos, na intenção de demonstrar a quantia monetária contida no banco do casal feliz. Isso é meio pobre, né não?... Em todos os sentidos da palavra.
Então, tá. Argumentos dados, agora é a hora da mudança, pra você que quer mudar e consequentemente ter um filho que: entenda que não precisa de muito pra ser feliz, entenda que respeitar o ambiente é mais pratico, ético e produtivo que ser preguiçoso (pra não dizer folgado).
Amig@s pais, primeiro lugar: chega de objetos descartáveis.
Chega de tudo que vier com a palavra descartável no começo, meio ou fim de uma frase.
A começar pelos copos e pratos da festa, que podem ser de plástico, mas daquele plástico durinho, durável, que depois de ser usado vai ser lavado e reutilizado mil vezes, como os da foto. Eles não quebram fácil e também são mais confortáveis que os descartáveis, justamente pela consistência. E cabe mais bebida dentro. :)
O mesmo serve para pratinhos e outros objetos. Vocês podem dar uma alegrada no look da festa variando as cores, tamanhos e jeitos dos utensílios. O importante é que sejam consistentes e bem feitos.
Não precisam se conter ao gastar dinheiro com isso, porque provavelmente, se fizerem a escolha certa, irão gastar uma só vez.
E pra ajudar a ter menos bagunça e menos lavatório dessas coisas, especialmente de copos, eu sugiro que vocês comprem uma fita crepe (ou umas, porque também tem de várias cores, tamanhos, modelos) e escrevam com caneta (que eu não sei o nome certo da bendita) o nome dos convidados, podendo, por exemplo, escrever de vermelho o nome das meninas e de azul o de meninos, pra facilitar. Pode também diferenciar cores de crianças e de adultos. Claro, ainda assim pode haver confusão. Mas com certeza menos! E menos é mais! :)
Acho ainda que se vocês notarem que seus "amigos" consideraram sua ideia muito barata (literalmente), aconselho vocês a pensarem que tipo de amigos são esses e se vale a pena serem chamados para a próxima festa. ;)
Um abraço de mudança,
Flavia.
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