Não quero um trabalho de 8 horas por dia.
Para pagar um
cubículo para dormir no 15 andar.
Com luzes brancas
pra economizar e uma cafeteira vagabunda....
Eu não quero
sobre-viver de computador e televisão.
Não quero que
meus almoços virem lasanhas prontas requentadas.
Não quero pagar 15
reais pra comer arroz e feijão.
Eu não quero
ter horário pra sair na rua...
Não quero viver em
meio a merda, ao desperdício, ao desrespeito.
Muito menos em
meio a hipocrisia e a falsa moralidade.
Eu não quero
sobre-viver sem nenhum verde a minha volta.
E não me bastam os
canteiros de flores tristes, acinzentadas pelo pó da poluição.
Mortas pelas
bitucas de cigarros que matam a minha dignidade também.
Eu não quero ter
meios-amigos. Nem meios-amores. Nem meias-alegrias.
Nem
meias-noites. Nem meias-verdades...
Nunca vou me dar
ao luxo de pular sobre o abismo da loucura pra esquecer-me do que vivo.
Eu não quero
tapear a mim.
Não quero fingir
que não vejo, ou que gosto do que vejo,
ou que gosto do que sei.
Eu não quero uma
meia-vida.
E a única coisa
que me faz respirar hoje, e aqui
É saber que isso
tudo é temporário. Que faz parte da única meta que eu já tive, e que por isso
me esforço em continuar centrada, acalmando o grito sufocante do meu peito com
esse louco respeito e amor que tenho a vida que me foi dada. Sinceramente,
Hoje e sempre.
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