quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dear Liz

{ Oh, brother I can`t, I can`t get through
I've been trying hard to reach you 'cause I don't know what to do
Oh brother, I can`t belive its true
I´m so scared about the future and I wanna talk to you...
Are you lost or incomplete?
Do you feel like a puzzle you can't find your missing piece? }

Querida Liz,
estou numa folga apavorante. Pergunto-me se você já sentiu isso antes...
Tenho tido a oportunidade de descansar e pensar muito na vida, o que é terrível.
Ao mesmo tempo, sinto que estou mudando de novo. Passando por aquela fase que vai passar, pra depois então eu trocar de "casca". No meu caso, cenário mental é "casca". Eu tenho falado bastante sobre isso aqui, nesse blog meio falido... Ah, esse blog! Liz: me diga, porque eu o comecei? Pode falar que estou me diminuindo, porque estou mesmo, tá? E isso é novidade pra mim. Estou me sentindo mais boba a cada dia que passo aqui. Quero dizer, quem sou eu? Sinceramente... Não tenho sequer um tema em especial pra tratar por aqui, apenas venho despejar aquilo que nas minhas costas não aguento. Foi assim que aprendi a lidar com as minhas fragilidades: em cima do papel, você sabe. E até nisso tenho me sentido meio idiota, ainda mais agora que isso tudo tá tentando ser transferido para um notebook, e, mais especificamente, a blogosfera. Como posso eu querer colocar a perfeição nas minhas fragilidades?
Ao voltar a escrever, volto a ver minha face no espelho.
Preciso te dizer que não me pareço mais como antes... Agora, existem algumas cicatrizes. Não consegui aceitar todas elas, mas forço-me a olhá-las, porque me pertencem. Nem sempre deixo a minha imagem sem chorar. Ás vezes, compadeço-me de mim, as escondidas. Pura sorte minha tolerância à auto-piedade ser bem pequenininha. As maiores vieram de feridas abertas num período em que minha vida, como um jogo primário de atari, deu tilt total. E eu fiquei travada por um bom tempo até perceber que era mesmo eu quem teria de reiniciar a coisa toda. Acho que, fim de contas, este blog faz parte da fase "reiniciando".
É assim mesmo que eu me sinto: tendo a oportunidade de começar de novo. Todo dia. Sabe, acho que tenho sido um pouco negligente com a minha vida, quero dizer... Acho que tá na hora de eu assumir as rédeas por completo dela, fazendo o que sei como sei fazer nesse momento/período. Que quero eu saber do que os outros vão achar, afinal? Tô esperando o quê, um aval? Uma licença? Permissão?...
Tenho estado cada vez mais convencida de que me fizeram muitas propagandas da vida, com a intenção de eu comprar a ideia. E eu comprei. Mas percebo agora que quem faz a ideia da vida sou eu, somente. E a vida não me parece uma sequencia ideal de fatores, de pequenos objetivos a serem igualmente alcançados por todos. A vida nem sequer me parece uma sequência. A minha vida é absolutamente única, e eu sinto que estou aqui para honrar isto.
Você não sente, querida Liz?

{A música do início é Talk, do Coldplay, que a gente viciou ouvindo na sua casa, lembra? :) }


Besitos,
sú etierna compañera.
(é assim que escreve? espero que esteja gostando da Espanha!)
Te quiero!



F.B.








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