domingo, 2 de dezembro de 2012

Eu sinceramente não quero...


Não quero um trabalho de 8 horas por dia.
Para pagar um cubículo para dormir no 15 andar.
Com luzes brancas pra economizar e uma cafeteira vagabunda....
Eu não quero sobre-viver de computador e televisão.
Não quero que meus almoços virem lasanhas prontas requentadas.
Não quero pagar 15 reais pra comer arroz e feijão.
Eu não quero ter horário pra sair na rua...
Não quero viver em meio a merda, ao desperdício, ao desrespeito.
Muito menos em meio a hipocrisia e a falsa moralidade.
Eu não quero sobre-viver sem nenhum verde a minha volta.
E não me bastam os canteiros de flores tristes, acinzentadas pelo pó da poluição.
Mortas pelas bitucas de cigarros que matam a minha dignidade também.
Eu não quero ter meios-amigos. Nem meios-amores. Nem meias-alegrias.
Nem meias-noites. Nem meias-verdades...
Nunca vou me dar ao luxo de pular sobre o abismo da loucura pra esquecer-me do que vivo. 
Eu não quero tapear a mim. 
Não quero fingir que não vejo, ou que gosto do que vejo,
ou que gosto do que sei.
Eu não quero uma meia-vida.
E a única coisa que me faz respirar hoje, e aqui 
É saber que isso tudo é temporário. Que faz parte da única meta que eu já tive, e que por isso me esforço em continuar centrada, acalmando o grito sufocante do meu peito com esse louco respeito e amor que tenho a vida que me foi dada. Sinceramente,
Hoje e sempre.


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